Que o Sol é indispensável para a vida terrestre isso todo mundo já sabe, não é?! Ele é imprescindível para o desenvolvimento e evolução das espécies, é responsável pelo ciclo da água, pela fotossíntese das plantas, etc.
Percebendo a importância e potência da grande estrela, as civilizações desde muito tempo já buscam desenvolver técnicas para aproveitar a sua energia.
No início, foram criadas técnicas atualmente consideradas simples, para aproveitar a energia solar passiva. Depois, surgiram as técnicas para tirar proveito da melhor maneira possível da energia solar térmica, e por fim, mais recentemente, da energia solar fotovoltaica.
Se você ainda não conhece a história por trás da energia solar e de como a humanidade aprimorou as formas de aproveitá-la com o passar dos séculos, confira a seguir.
Nos primórdios da vida humana, a energia solar já era utilizada como fonte de energia para fazer fogo e aquecer casas e água. Posteriormente e com o surgimento de civilizações, foram desenvolvidas inúmeras religiões que tinham o Sol como um deus a ser adorado.
Alguns exemplos dessas civilizações pioneiras em reconhecer a importância do Sol são os gregos, egípcios, os impérios Inca e Asteca, mesopotâmios, etc.
Em muitos desses casos, a arquitetura passou a ter uma estreita relação e um papel importante também. Os gregos foram os primeiros na história a projetar suas casas para aproveitar a luz solar, o que estima-se que aconteceu a partir de 400 a.C.
Durante o Império Romano, janelas feitas com vidro passaram a ser implementadas, para que dessa forma a luz solar pudesse ser melhor aproveitada nas construções. Nessa época foram promulgadas até mesmo leis que visavam a penalização do bloqueio do acesso à luz para os vizinhos.
Esse tipo de situação nos possibilita ter uma noção mais apurada do reconhecimento da importância do Sol por parte das civilizações dessa época.
Os romanos foram os primeiros a construir casas de vidro com o objetivo de criar um espaço adequado para o crescimento de plantas exóticas. Esse seria o equivalente ao que conhecemos hoje como estufas.
O grego Arquimedes também inovou na forma de uso da energia solar. Físico, engenheiro, inventor, astrônomo e matemático, ele desenvolveu um sistema para incendiar os navios das frotas inimigas fazendo uso de espelhos para concentrar a radiação solar em um único ponto.
A ideia criada por ele continuou sendo usada por muitos séculos depois disso, para a queima de árvores e a fundição de metais, entre outras aplicações.
Algum tempo depois, esse fenômeno foi estudado por Antoine Lavoisier, famoso químico francês. Em 1792, criou o “forno solar”, que consistia em duas lentes poderosas que concentravam a radiação solar em um foco em específico, permitindo o alcance de altas temperaturas para realizar o derretimento de metais.
Em 1767, o cientista suíço Horace Bénédict de Saussure inventou o heliotermômetro, uma ferramenta para medir a radiação solar.
Sua invenção passou por diversos métodos de desenvolvimento, até dar origem aos instrumentos atuais. Ele também foi o responsável pelo coletor solar, a partir do qual surgiram protótipos de aquecedores de água de placas planas solares. Essa invenção contribuiu para o fornecimento de água quente para milhões de pessoas aos redor do mundo.
Em 1839, o físico francês Alexandre Edmond Becquerel foi o primeiro a observar o efeito fotovoltaico, enquanto realizava algumas experiências envolvendo eletrodos. Ao expor o sistema ao sol, ele notou que a corrente aumentava. Por conta disso, ele é considerado o inventor da energia solar fotovoltaica.
Quase um século mais tarde, o inventor francês Auguste Mouchout inventou em 1865 a primeira máquina capaz de converter energia solar em energia mecânica.
Por meio de um coletor solar era gerado vapor capaz de mover um motor através da pressão. O alto custo dessa invenção impediu que ela viesse a ser utilizada comercialmente.
Em 1874, o engenheiro sueco Charles Wilson desenvolveu uma instalação própria para a destilação da água do mar no deserto do Atacama, no Chile.
A estação de energia solar desenvolvida com a sua ajuda tinha a capacidade de dessalinizar em média, 22 mil litros de água por dia.
Foi também por volta dessa época que foi patenteado o primeiro aquecedor solar de água quente, criado por Clarence Kemp.
Muitos avanços fotovoltaicos aconteceram nas décadas seguintes, possibilitando que Albert Einstein ganhasse em 1923 o seu primeiro Prêmio Nobel, devido a descobertas feitas enquanto realizava experimentos com energia solar e solar fotovoltaica.
Foi ele o responsável por descobrir a lei do efeito fotoelétrico, o que veio a ser determinante para o estabelecimento da teoria quântica posteriormente.
O químico Calvin Fuller, da Bell Laboratories (atualmente Bell Labs), dos Estados Unidos, e o físico Gerald Pearson desenvolveram o processo de dopagem do silício, que veio a exibir comportamento fotovoltaico.
Foi a partir daí que foram desenvolvidas as primeiras células fotovoltaicas. A primeira célula solar foi apresentada oficialmente em uma reunião anual da National Academy of Sciences, em Washington, em 1954.
As primeiras células solares foram disponibilizadas comercialmente em 1956, porém por muitos anos tiveram um custo muito alto para a maioria das pessoas. Em 1970, seu preço caiu em cerca de 80% devido à desvalorização do uso da energia solar. As células solares também foram usadas em satélites norte-americanos e soviéticos enviados para o espaço a partir da década de 50.
Por um período do século XX o uso da energia solar perdeu importância, devido ao seu alto custo e afetada também pelo baixo custo dos combustíveis fósseis, como gás natural e carvão. Até então não se tinha consciência sobre os efeitos negativos para o meio ambiente que o uso de combustíveis fósseis poderiam causar.
A partir da década de 70, o preço dos combustíveis fósseis passou a aumentar, levando ao ressurgimento do uso de energia solar, principalmente para o aquecimento de casas e água e para a geração de eletricidade.
Em 1936, Charles Greeley Abbott desenvolveu um aquecedor solar altamente eficiente, possibilitando que essa invenção se tornasse bastante popular na Flórida, Califórnia e demais lugares dos Estados Unidos.
Por fim, a Guerra do Golfo em 1990 e as demais crises e guerras posteriores envolvendo a exploração do petróleo contribuíram para aumentar ainda mais o interesse pela energia solar como alternativa viável aos combustíveis fósseis.